FICHA TÉCNICA 2000

 

Carnavalesco     Chiquinho Spinoza
Diretor de Carnaval     Vladimir Candimba
Diretor de Harmonia     Vladimir Candimba
Diretor de Evolução     Vladimir Candimba
Diretor de Bateria     Marcelo Campos Silveira (Celinho)
Puxador de Samba Enredo     David do Pandeiro
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Gleice Simpatia & Paulo Roberto
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Renata & Marcílio
Resp. Comissão de Frente     Marcelo Misailidis
Resp. Ala das Baianas     Maria Cecília de Souza (Lia)
Resp. Ala das Crianças     Departamento Feminino

 

SINOPSE 2000

Terra dos Papagaios: Navegar foi preciso!!!

Prefácio

            Há 500 anos atrás, num continente perdido, atracou uma esquadra vinda do velho mundo e lá encontraram seres ornados de penas multicores, corpos pintados, portando arcos e flechas, e felizes.
Parecia ser uma nação na qual todos desfrutavam de uma enorme terra onde tudo que se plantava, colhia-se; seres exuberantes voavam colorindo os céus e uma densa e verdejante floresta acolhia a nação afetuoso que, por muitos séculos, viveram esperançosos, matreiros e cheios de alegria.
            Este enredo, dedico aos índios do Brasil.

Capítulo I - O Mar Tenebroso

            Conta a lenda que, no século IX, uma ilha misteriosa povoava a imaginação e a cartografia da Idade Média. Essa ilha mitológica "ressonante de sinos sobre o velho mar" se afastava no horizonte sempre que um marujo dela tentava se aproximar.
            Conhecida como "Ilha Brasil de São Brandão", foi também chamada de "Hy Brasil", a ilha localizada no oceano do medo, dos aventureiros e das conquistas, cuja fama era "Mar Tenebroso". Suas águas desconhecidas acreditavam que eram habitadas por criaturas monstruosas; terríveis tempestades eram acompanhadas de raios fulgurantes que iluminavam suas traiçoeiras águas escuras e calmarias eram o prelúdio da morte a quem neste se aventurava.

Capítulo II - O Venturoso

            Anos mais tarde, 1500, do Porto de Restelo, em Portugal, uma frota imponente formada por 10 naus e 3 caravelas zarpou de Lisboa, deixando para trás o oceano de prantos e bençãos.
            As velas foram içadas ao ritmo dos apitos, sacralizada pelas imensas cruzes vermelhas da Ordem de Cristo desfraldadas nos céus do Velho Mundo naquele início de Primavera.
            A missão era instalar uma feitoria na índia mas, antes de partir, Pedro Álvares Cabral - que comandava a expedição - encontrou-se com Vasco da Gama, o descobridor das Índias, que redigiu instruções náuticas para o futuro descobridor do Brasil.
            Cabral partiu com os manuscritos que Vasco da Gama lhe confiara e a imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança.
            Lançada nos braços do tenebroso, a expedição perde a rota e sua tripulação é convidada a viver uma grande aventura.
            Após quarenta dia perdidos, uma vela furada levou um marujo a subir ao cesto da gávea e deparar com o cume de um monte e um grito de "Terra a Vista" ecoou pelo Atlântico.
            A frota avançou ao longo da costa, contemplando grandes barreiras vermelhas, outras brancas... eram as fabulosas falésias em tons róseos que compunham os costões e as praias inaugurais da terra que os portugueses acabavam de achar.
            Assim, uma nova terra Cabral descobria: Vera Cruz, a terra da verdadeira cruz.

Capítulo III - Terra Papagallis

            "Eram criaturas que pareciam macacos porque andavam muito eretos e apontavam para nós".
            Este foi o primeiro impacto dos portugueses diante dos nativos da nova terra e esses, por sua vez, acreditavam que eram os deuses como monstros flutuantes, e olhavam perplexos da praia, armados de arcos e setas.
O primeiro contato estabelecido entre brancos e índios se deu quando dois marujos mandados em missão á paria jogaram na água um gorro vermelho típico dos lusitanos; os nativos retribuíram com um "cocar de penas vermelhas e pardas como as de papagaios".
            A convite do comandante Cabral dois guerreiros foram recebidos na caravela com grande pompa, como se fossem emissários de uma poderosa nação. No encontro, tudo foi mostrado e provado e tudo repugnaram e demonstraram entusiasmo maior, uma alegria infantil, diante de um simples rosário de contas brancas. De certa forma
iniciava-se ali uma aliança que escreveria a história da terra que mais tarde se chamaria BRASIL.
            A troca de presentes ainda se estendeu... Trocavam gorros vermelhos e outros aparatos portugueses por araras e papagaios, até então inéditos aos lusos. A impressão que tais aves causaram entre os marinheiros e a corte foi tal que, em dois "Mapa-Mundi" encontra-se o litoral da nova terra bordado por um friso de araras e papagaios e, antes de seu nome ser "Terra do Brasil" foi, por três anos, a "Terra dos Papagaios".
Mais tarde, por essas trocas, disseram os portugueses: "Na Terra dos Papagaios é preciso saber dar presentes com
generosidade e sem parcimônia porque os gentios que lá vivem encantam-se com qualquer coisa, trocando sua amizade por uns guisos, e sua alma por umas contas".

Capítulo IV - Carta ao Rei

            Dias mais tarde, Pero de Vaz de Caminha escreve ao Rei contando do achamento da nova terra.

Dos homens, dizia:
            "A feição deles é de serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes bem feitos; andam nús, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma coisa cobrir, nem mostrar suas vergonhas, e estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto".
            ...Davam-nos aqueles arcos e setas por sombreiros e carapuças de linho, e por qualquer coisa que os homens queiram dar".
            "Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças, bem moças e bem gentis, com cabelo mui pretos, compridos pelas espáduas, e suas vergonhas tão saradinha e tão limpas metade da sua própria de cabeleiras, que de a nós muito bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha".

Da Flora:
            "Enquanto andavam nesta mata, a cortar lenha, atravessavam alguns papagaios por essas árvores, deles verdes e outros pardos grandes e pequenos, de maneira que me parece haverá nesta terra muitos";
            ..."Entre esse arvoredo, que tanto e tamanha e tão basto e de tantas plumagens, que lhe pode homem dar conta".

Da Terra:
            "Eles não lavram, nem criam, nem há por aqui boi, nem vaca, nem vaca, nem ovelha, nem galinha, nem outra alimária que acostumada seja ao viver dos homens, nem comem senão desse inhame que aqui há muito, e dessa semente de frutos, que a terra e as árvores de si lançam".
            ..."Senhor, que a inocência desta gente é tal, que a de Adão não seria mais quanto em vergonha".
            Esta carta tornou-se a certidão de posse oficial da Terra do Brasil.

Capítulo V - Em nome de Cristo

            Estando a esquadra de Cabral em missão para a Igreja e o Rei, antes de partir toda a tripulação foi autorizada a deixar as naus e "cantando em maneira de procissão", com os estandartes da Ordem de Cristo erguidos à sua frente, os marujos seguiram em direção ao local onde uma cruz seria fincada para que ficasse um símbolo da devoção daqueles navegantes á fé cristã. Os nativos acompanharam e se juntaram à romaria; quando os portugueses se ajoelharam, os índios que ali estavam fizeram o mesmo.
            Apenas com a presença do santo madeiro, transfigurou-se a mata numa bela catedral natural com belos troncos de árvores, flores exuberantes e graciosas, papagaios multicores que observavam curiosamente.
            Em nome de Cristo, estava crismada a Nova Terra.

Epílogo

            Quinhentos anos após o achamento do Brasil, os herdeiros desses descobridores, hoje nossos irmãos, mostram sua atuante presença e comemoram na maior festa popular da Terra de Santa Cruz os cinco séculos da Terra dos Papagaios.

FELIZ ANIVERSÁRIO
BRASIL!

Sinopse dos Compositores

UNIDOS DA TIJUCA 2000
Apresenta TERRA DOS PAPAGAIOS... Navegar Foi Preciso !!!

            Há quinhentos anos atrás alguns jovens portugueses se aventuravam pelo mar tenebroso, navegando pelo oceano do medo, das conquistas e de monstruosas criaturas.
            Pedro Álvares Cabral perdido na rota que Vasco da Gama lhe confiara, vindo do velho mundo, achou um Continente onde habitavam homens ornados de penas multicoloridas e tinham os corpos nus pintados, eram muito felizes e por hábito comiam os seus inimigos, num paraíso de flora e fauna exuberante se fascinaram por seres que voavam, colorindo o céu daquela nação que mais tarde até se chamou "Terra dos Papagaios".
            Na verdade, eles acabavam de achar o Brasil. Portugueses e nativos estabeleceram contatos amigáveis, pois os índios eram generosos e encantavam-se com tudo, trocavam guizos por amigos e almas por contas. A terra foi batizada em nome de Cristo numa bela missa na mata que mais parecia numa monumental catedral da natureza.
            Quinhentos anos após o achamento da Brasil, os herdeiros desses descobridores e dos nativos que aqui viviam, comemoram juntos os cinco séculos da Terra dos Papagaios.

Senhores Compositores.

            Esse enredo sobre o descobrimento do Brasil para o carnaval de comemoração dos 500 anos, tem como finalidade mostrar essa alma mateira e mestiça que deu origem ao brasileiro.

Chico Spinosa

 

SAMBA ENREDO                                                2000
Enredo     Terra dos Papagaios: Navegar foi preciso
Compositores     Henrique Badá, Jacy Inspiração e Edson de Oliveira
Brasil , Brasil , Brasil ,
pra falar de ti em poesia ,
folheando a história ,
No Tenebroso mar da imaginação
lembro da viagem encantada ,
calmaria fez mudar a direção
Hoje a Tijuca faz a festa ,
mostra o valor dessa união.

caravelas ao mar , expedição
obrigado Cabral , quanta emoção
terra à vista !
o despontar dessa nação.

o índio , a fauna , a flora ,
paraíso de encanto e sedução ,
nesse encontro com os portugueses ,
um momento tão divino ,
cada qual se fez irmão ,
rezando a missa ,
todo mundo em comunhão ,
Brasil tu já não és mais um menino ,
e seguindo o meu destino ,
seja lá por onde for ,
vou te redescobrindo a cada dia ,
na grandeza do teu povo ,
e no teu solo promissor ,

é lindo ver tremular ,
bem alto o seu pavilhão ,
e repartir esta alegria com a multidão.

paz , amor e esperança,
uma voz anunciou,
é chegada a nova era ,
abençoada pelo criador