FICHA TÉCNICA 2005

 

Carnavalesco     Paulo Barros
Diretor de Carnaval     Luis Carlos Bruno
Diretor de Harmonia     Almir Frutuoso
Diretor de Evolução     Almir Frutuoso
Diretor de Bateria     Marcelo Campos Silveira (Mestre Celinho)
Puxador de Samba Enredo     Wantuir Oliveira
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Ubirajara Claudino (Bira) e Lucia Mariana de Salles Nobre (Lucinha Nobre)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Marcos Alves da Mota e Carla Cristina Rocha dos Santos
Resp. Comissão de Frente     Nino Giovanetti
Resp. Ala das Baianas     Maria de Lourdes
Resp. Ala das Crianças     Não Possui

 

SINOPSE 2005

Entrou por um lado, saiu pelo outro...
Quem quiser que invente outro!

          A Unidos da Tijuca vai percorrer a Marquês de Sapucaí abrindo portas que levam de um lugar para outro, numa incrível jornada pelo imaginário.
          Através da imaginação, o homem vive suas fantasias e cria novos mundos. Revela mistérios povoando com imagens o desconhecido, tudo aquilo que não compreende, que deseja traduzir e representar para conhecer. Se a vida não for fascinante, é possível reencantá-la através do imaginário. Acreditar, muitas vezes, torna o que era apenas "fruto da imaginação" realidade : um lugar, uma conquista, um ideal ...
          Quem ousa imaginar é capaz de se aventurar e percorrer mundos surpreendentes: paisagens estranhas, exóticas e inusitadas, cidades, paraísos, mundos subterrâneos, utopias, cenários de fantásticas e absurdas aventuras.
          E assim, criam-se histórias, personagens e lugares. Atravessado diversas passagens, o imaginário infantil, o medo, a conquista, a critica social, a busca pelo lugar ideal ou mundos que antecipam catástrofes, como forma de alertar a humanidade, tornam-se reais.
          D. Quixote de La Mancha será a primeira imagem dessa jornada da Unidos da Tijuca porque ousou viver a imaginação como realidade. O fidalgo mergulhou nos livros de sua biblioteca e se emocionou com os grandes feitos dos cavaleiros do passado, partindo em busca de aventuras. Sua figura simboliza a capacidade de conquistar sonhos vencendo a realidade de um mundo em desencanto.
          A fantasia facilita a compreensão das crianças, pois se aproxima mais da maneira como vêem o mundo. Um pouco de D. Quixote, as crianças dão vida a tudo, ao Sol, à Lua e todos os elementos da natureza ganham significados diferentes dos que possuem no mundo adulto. Para elas, podem existir monstros nas sombras ou animais que falam. Em lugares como o País das Maravilhas, o Sítio do Pica-Pau Amarelo, o Mundo de Oz e tantos outros, é preciso ser criança de novo para viver suas emoções.
          A necessidade de conquistar riquezas, poder e sabedoria levou a imaginação humana a criar histórias e lugares misteriosos e fascinantes. Esse desejo de conquista se transformou numa insistente procura por vestígios que comprovassem a existência de avançadas civilizações antigas - como Atlântida, El Dorado e Camelot. E muitos são os relatos de aventureiros que partiram em busca desses mundos.
          E quando se abrem as portas do medo ? Quando pesados portões de ferro rangendo para que a imaginação nos leve a sinistros salões de castelos onde bruxas ou fantasmas habitam. E quando surgem seres terríveis que se alimentam de sangue ou mortos-vivos que vagam pelas ruas e voltam para, insistentemente, aterrorizar o homem em seus pesadelos.
          A busca pela continuidade da existência criou lugares como o céu ou o paraíso, onde reinam a paz e a beleza. Mas para alcançar a eternidade , é preciso purificar a alma e o homem imaginou formas e mundos para que isso aconteça, tal como o purgatório.
          A imaginação também cria terríveis mundos que podem se tornar reais, se o homem não for capaz de deter sua ganância e desrespeito com a própria vida. Assim, foi projetado um futuro apavorante, como o de homens escravizados por seres que, no passado, foram por eles subjugados. São os mundos criados para alertar sobre os perigos em que se enreda a humanidade.
          A imaginação desafia o homem a mudar sua realidade. Era uma vez um lugar onde reinava a paz, a pureza, a sabedoria, a fartura e a justiça como na utópica Shangri-lá. Dizem que esse paraíso ficava num monte, localizado em uma cidade maravilhosa, cercada de praias e de natureza exuberante. Lá vivia um povo capaz de grandes conquistas, e que tinha o segredo para atravessar portas, entrar por um lado e sair pelo outro.
          Contam que esse lugar se chamava Borel.
          E quem quiser, que invente outro.

Paulo Barros e Casa da Ciência da UFRJ

 

SAMBA ENREDO                                                2005
Enredo     Entrou por uma lado saiu pelo outro, quem quiser que invente outro
Compositores     Sérgio Alan, Jorge Remédio e Valtinho Jr.

Abro os portais da imaginação
Toda fantasia hoje é real
Me entrego ao delírio, luz, inspiração
Carnaval...
A mente leva a locais surpreendentes
Na inocência, sou criança novamente
Com a Tijuca...
Viajo nessa emoção
Me torno aventureiro da ilusão

E desejo desvendar
Misteriosas civilizações
Cidades perdidas encontrar
Tesouros atraíram gerações

Quando se abrem as portas do medo
Bruxarias, vampiros, fantasmas da vida
Abraço a paz, me elevo à beleza
Purificar a alma é a saída
O homem pensou
Que o planeta era somente seu
Pro futuro ele projetou
Dominar a natureza que um dia o acolheu
Alerta pro mundo atual Imagem, terror irreal
Humanos dominado pelo mal

Entrei por um lado, saí pelo outro a cantar
E quem quiser invente outro lugar
O meu paraíso, local mais perfeito não há
Faço do Borel a Shangri-Lá