FICHA TÉCNICA 2002

 

Carnavalesco     Jairo de Souza
Diretor de Carnaval     Moura
Diretor de Harmonia     Grande e Waldir
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     Robson Luiz Moreira (Mestre Orelha)
Puxador de Samba Enredo     Robson
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Marcos e Gláucia Ferreira
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Georgia e Marcos
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 2002
Centenário de Paulo da Portela

              Um dos fatos importantes da história das Escolas de Samba, foi o aparecimento e o sucesso de PAULO BENJAMIN DE OLIVEIRA, o "PAULO DA PORTELA", com era conhecido. Realmente muito importante, pois o sambista se impôs como um dos mestres de sua arte. O surgimento da figura de MANO PAULO foi fundamental para as Escolas de Samba, e resultou da necessidade que teve para aplicar seu alto moralismo, atingindo mais fundo com sua crítica à sociedade absurda em que vivia. O grande mestre PAULO DA PORTELA concorreu para o grande painel da vida carioca, onde foi personagem e autor. Seu mundo de riso alegre e franco, de combate sem quartel á toda sujeira, de grande pacificador de sátira e humor, são sinais evidentes de como tem calado fundo no povo do samba, fruto de seu tempo e de seu chão, alimentados pelos acontecimentos diários, solidários as vitórias e as lutas dos sambistas. O nosso "PRÍNCIPE NEGRO" enriqueceu a vida dos sambistas, com o uso de linguagem viva, solta e livre. Demonstrou sempre domínio total no território do samba, com grande facilidade de expressão e com toda a força de criação. PAULO DA PORTELA é o eterno "CIDADÃO SAMBA", dono e senhor dos sentimentos, dos dramas, das alegrias, desesperos e tristezas dos sambistas.

Dados Pessoais

              Paulo Benjamin de Oliveira nasceu em 18 de Junho de 1901 na Santa Casa de Misericórdia. Carioca de nascimento, Paulo viveu sua infância em Santo Cristo (Morro do Pinto) na Saúde. Veio para Oswaldo Cruz por volta de 1920 e foi morar na chácara de Dona Caetana (Barra Preta) atualmente Estrada da Portela. Filho de Mário Benjamin de Oliveira e Joana Baptista da Conceição, casado com Maria Elisa de Oliveira em 17 de Junho de 1939, não deixou filhos. Paulo foi entregador de marmitas numa pensão da Rua Senador Pompeu, próximo a Praça Onze, reduto dos altivos negros nagôs da Bahia, fundadores dos ranchos. Ali na África pequena, como era denominado os arredores da Praça Onze, aprendeu com os negros já libertos que liberdade e cidadania não eram privilégios de branco, daí lutou desesperadamente pelo direito de seu povo. Cedo aprendeu a "pedir licença" nas Casas de Santo, dançou jongo, freqüentou sessões de macumba, saiu dançando nos cordões e blocos nos carnavais de rua. Paulo Benjamin de Oliveira, mulato alto bem falante, sem grandes estudos sistemáticos, mas portador do dom da palavra, muito elegante, só andava de sapatos engraxados, terno e gravata, lustrador de profissão e compositor por talento. Resolveu fazer de Oswaldo Cruz seu bairro do coração, um lugar bom de viver como era o centro da cidade. Paulo da Portela, por andar sempre muito elegante ganhou o apelido de "PRÌNCIPE NEGRO", ele foi um dos primeiros a perceber a importância da produção cultural dos afros descendentes e para tanto exigia que todos se vestissem bem; para serem respeitados "Quero todos de pés e pescoços ocupados" (de sapatos e gravata). Assim Paulo ajudava a cunhar o processo de cidadania, dos negros e de seus irmãos. Na busca de seu ideal, ele foi o grande estruturador do formato do desfile das escolas de samba, a partir do modelo dos ranchos, que ele, com talento, modificou. Além disso, foi um grande compositor, cantor, articulador político, produtor e animador cultural, exímio bailarino e passista, membro e diretor de diversas agremiações, mestre de harmonia, trabalhou em cassinos e teatro de revista, cantou em circos e participou de três filmes: Favela dos meus Amores, Bobo do Rei e Pureza, e serviu de inspiração e modelo para Walt Disney para a criação do personagem "Zé Carioca". Paulo conheceu Antônio Rufino e Caetano em 1922 no Bloco Baianinhas de Oswaldo Cruz e em 11 de Abril de 1926, os três fundam a G.R.E.S. Portela. Assim era Paulo da Portela, um talentoso deserdado de fortuna, que aprendera a versejar com mímica, como poeta da raça; na pele sentia o estilete da desigualdade. Ele foi um poeta do povo, porque era pelo povo que ele unia versos e melodias que compôs ao longo de sua vida pacata de trabalhador exemplar. Em 31 de Janeiro de 1949, a morte traiçoeira e implacável roubou dos morros o sambista maior, PAULO DA PORTELA; tamborins, cuícas, surdos e ganzás emudeceram e a dor em silêncio tomou conta de tudo... Uma popularidade que se traduziu na apoteótica consagração das multidões.

Jairo de Souza

 

SAMBA ENREDO                                                2002
Enredo     Centenário de Paulo da Portela
Compositores     Waldir Basílio, Adelson, Licínio e Elias

Paulo Benjamin de Oliveira
Foi belo o seu alvorecer
Vulto centenário dessa história
Lucas canta pra você
Menino bom... Trabalhador
Lutou pelos direitos sociais
Pequena África
Crenças e costumes divinais

Agô... Alujá... Obá
Olorum... Obatalá
Atabaques e tambores ecoam
Em louvor aos orixás

Príncipe... Elegante negro
Por Oswaldo Cruz se apaixonou
Fascinado por cultura
Esse artista de grande valor
Fez do samba vida e obra tão singela
Consagrado pelo povo
Senhor Paulo da Portela

Sob o manto Azul e Branco Oh! Saudade
Voa Águia em poesia... Felicidade
Bordo em vermelho e ouro... no samba
A fidalguia de um bamba