FICHA TÉCNICA 2007

 

Carnavalesco     Paulo Chaffin, Carlos Antonio Souza e Almir Brandão
Diretor de Carnaval     José Luiz da Silva (Cachimbo)
Diretor de Harmonia     Luiz Fernando (Luizinho)
Diretor de Evolução     Luiz Fernando (Luizinho)
Diretor de Bateria     Mestre Coelho
Puxador de Samba Enredo     Tony e Pedro Basto
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Paulo e Vania
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Damião e Rosa
Resp. Comissão de Frente     Alexandre
Resp. Ala das Baianas     Ana Maria do Sacramento (Neneca)
Resp. Ala das Crianças     Tia Fátima
Resp. Galeria da Velha Guarda     Vera Lucia

 

SINOPSE 2007

Sacramento exalta o lendário Mano Décio da Viola

Sinopse:

          Décio António Carlos, Mano Décio da Viola, nasceu em Santo Amaro da Purificação ( BA) em 14/07/1909.
          Com 1 ano de idade, mudou-se com o pai para o Morro Santo António no Rio de janeiro. Aos 9 anos saiu de casa e foi morar com Noberto Vieira Marçal, o Manga, que era sambista, Presidente da Escola de Samba Recreio de Ramos, morador do Buraco Quente no Morro da Mangueira com a tarefa de vender jornais, já que Manga era responsável por cerca de 40 garotos que trabalhavam nas imediações do Largo da Carioca.
          Aos 13 anos acompanhava rodas de samba no Buraco Quente e gostava muito de cinema. Foi no cinema que ouviu uma música que lhe ficou na cabeça. Era a valsa "Os Patinadores" de Waidtevfel na qual colocou versos e chamou a composição de "Vem meu amor" dando parceria a Bidé ( Alcebíades Barcelos ) e Braguinha (João de Barro ) o que lhe rendeu vultuosa importância de ( 20 mil réis ) e lhe possibilitou ouvir a composição gravada por Almirante em 1934, época em que já residia em Madureira à Rua Itauba, hoje denominada Rua Mano Décio da Viola, nas proximidades da Morro da Serrinha.
          Daí até o final da década viveu dos Direitos Autorais da composição quando já amigo de Silas Oliveira começou a freqüentar a Prazer da Serrinha, uma das escolas de samba mais ricas em termos musicais que já existiu, onde se cultivavam além de modalidades mais comuns de samba, jongo e caxambu.
          No governo Getulio Vargas, no auge da escalada populista era incentivada a produção de sambas ufanistas. Getulio baixou um Decreto Presidencial determinando que todas as sociedades carnavalescas desfilassem apresentando temas ligados à coisas brasileiras. Ao mesmo tempo forçados e estimulados pelo Decreto, Mano Décio e Silas resolveram fazer do desfile de 1946 não só uma manifestação de diversão, mas também uma maneira de "passar cultura para o povo". A escola se preparou para descer cantando e contando história. O samba "Conferência de São Francisco" ou "Paz Universal" especialmente composto para a ocasião trazia a assinatura de Mano Décio e Silas Oliveira, além disso, a escola se organizou em aias com funções definidas dentro de enredo. A partir daquele ano as outras aderiram às idéias da Serrinha, moldando ao novo estilo carnavalesco por ela instituído. Ali recebeu o cognome que em suas próprias palavras "só a morte irá me tirar". Foi um antigo sambista de Madureira, de nome Magno, que pela primeira vez o chamou de mano Décio da Viola.
          No Prazer da Serrinha as inovações não foram bem recebidas por todos, e das divergências acabou sendo fundada em 1947, uma nova Escola de Samba, o Império Serrano, uma das maiores e mais famosas do País. No ano seguinte Mano Décio juntou-se à nova escola.
          E já no ano de 1949, o G.R.E.S Império Serrano sagrava-se campeã com o samba - enredo "Exaltação à Tiradentes" de Mano Décio, Penteado e Estanislau Silva, Primeira Composição do gênero a ser gravada, ultrapassando os limites restritos as escolas de samba e tornando-se um clássico da MPB.
          De 1948 à 1951, o Império foi vencedor do carnaval com sambas que traziam a assinatura de Mano Décio e Silas Oliveira. Em 1955 e 1956 mais duas vitórias com "Exaltação a Caxias" e " O Sonhador de Esmeraldas".
          Em 1964 Mano Décio saiu do império e foi para a Portela, onde nunca apresentou samba enredo para preservar os amigos. Voltou em 1968 perdendo para Silas a final do samba enredo. Em 1969 deu-se a última parceria dos dois grandes sambistas: "Heróis da Liberdade”.
          Em 1976 gravou um LP de excelente nível técnico "O Lendário Mano Décio da Viola" incluindo seus melhores sambas. Dois anos depois, logo após uma série de espetáculos que fez com o filho Jorginho do Império no Projeto Seis e Meia, gravou LP "O Imperador" incluindo músicas apresentadas no projeto dedicados ao Império Serrano. Faleceu em 18/10/84.
          Em um dia de carnaval, 13 de fevereiro de 1944, nasceu seu filho Jorge António Carlos, o Jorginho do Império, nome que recebeu por ser filho de um dos Baluartes do Império Serrano (Mano Décio).
          Discípulo de Martinho da Vila destacou-se como interprete no Grupo Especial em 1996 (Verás que um filho seu não foge à luta), 1997 (O mundo dos sonhos de Beto Carreiro) e 1999 (Uma Rua chamada Brasil).
          Gravou sucessos como "Água no Feijão" e "Na Beira do Mar". Foi eleito cidadão samba em 1971 e aclamado em 1995. é um dos grandes lutadores pelo verdadeiro samba fazendo shows por todo o Brasil e exterior com seu grupo de músicos e mulatas.

" Mano Décio, desce o dedo na viola, faz enredo pois seu samba me consola".
" Você que tira o chapéu com humildade, dá licença de tirar o meu com vaidade".

Roteiro do desfile:

  • Ala 01 - Comissão de Frente: purificação de um ser

  • mestre - sala e porta bandeira

  • Carro abre alas

  • Ala 02 - luz do dia

  • Ala 03 - vem meu amor

  • Ala 04 -1ª canção

  • Ala 05 - baianas: casa das tias

  • Ala 06 - os clássicos

  • Mestre - sala - porta bandeira

  • Ala 07 - bateria: os heróis

  • Ala 08 - passistas: medalhas

  • Ala 09 - coração de Mano

  • Ala 10 - sonho banhado em verde e branco

  • Ala 11 - crianças: a magia das rodas de batuqueiros

  • Ala 12 - a cultura nacional

  • Ala 13 - medalhas e brasões

  • Ala 14 - o manto da Portela

  • Ala 15 - o alto astral da Serrinha

  • Ala 16 - a exaltação

  • Ala 17 - canções de amor

  • Carro: magia imperiana

  • Ala 18 - sambistas de sempre

  • Ala 19 - compositores

  • Ala 20 - velha guarda

Paulo Chaffin, Carlos Antonio Souza e Almir Brandão

 

SAMBA ENREDO                                                2007

Enredo     Sacramento exalta o lendário Mano Décio da Viola
Compositores     Marco di Castro, Luiz do 10 e Cezar Palito
É carnaval, venho exaltar em poesia
Mano Décio da Viola, nesta noite de alegria
Veio da Bahia menino
Traçou seu destino e foi jornaleiro
Na Mangueira sentiu a magia, das rodas de batuqueiros
No cinema uma valsa, uma inspiração
Vem meu amor, a primeira canção

No Prazer da Serrinha
Partido alto, jongo e caxambu  refrão
Na casa das tias baianas
Bebia e fazia baticum

Escreveu, com Silas de Oliveira
Clássicos da música brasileira
Conferência a São Francisco, Paz Universal
Mudou a cara do carnaval
Nasce o Império Serrano
Uma paixão acende o coração de Mano
Desce a Serrinha novamente em alto astral
Cantando arte e cultura nacional
Medalhas e Brasões, Heróis da Liberdade
Sonho banhado em verde e branco
Enredos que encantaram a cidade
Vestiu o azul e branco da Portela
Mas não compôs pra ela
Ao Império voltou,
Pereceu e deixou
Um legado de canções de amor

Canta Jorginho
Água no Feijão, Chegou mais um
Que o Sacramento, com samba no pé           refrão
Sabe que filho de peixe, peixinho é.