FICHA TÉCNICA 1992

 

Carnavalesco     Gil Ricon
Diretor de Carnaval     ..............................................................
Diretor de Harmonia     ...............................................................
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     ................................................................
Puxador de Samba Enredo     Gera
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 1992

A Vila vê o ovo e põe às claras

            No seu enredo, a Vila Isabel não quer apresentar uma tese. Vai, sim, orgulhosa, empreender uma viagem inesquecível nas águas da fantasia No ano de 1992, quando se comemora os 500 anos da descoberta da América, o que a Vila quer é pôr a História às claras.
            E o que a escola vai mostrar é que, um dia, as Américas e a África foram um só continente, que transformações geológicas separaram. A vocação marítima nunca foi atributo exclusivo de determinados povos ou culturas. Desde os tempos mais remotos, todos os povos litorâneos experimentaram a aventura do mar. E os africanos não foram diferentes. Há milhares de anos antes de Cristo embarcações egípcias transportavam para a América algodão cultivado na África.
            Por volta do ano 800 da Era Cristã, milhares assumem o poder da Núbia, hoje Etiópia, na África Negra, e se aliam aos fenícios, tradicionais mercadores marítimos. Tempos depois, em seguida à tomada do poder no Egito por faraós da Núbia, os fenícios expandem seu comércio marítimo e chegam até o Atlântico. Do século XII ao século XV de nossa Era, outros africanos também se destacaram como navegantes. Entre muitas expedições uma delas naufragou num grande rio em pleno oceano, que se presume que fosse a foz do Rio Amazonas. Negros e árabes-africanos teriam chegado ao Brasil antes de Cabral, da mesma forma que teriam atingido outros pontos do litoral americano.
            A América anterior a Colombo era um imenso jardim onde florescia uma vida elevada e de grande harmonia. Mas, em 1492, Colombo chega à América e, depois, exploradores como Cortez, Pizarro. E Cabral “descobre” o Brasil.
            Negros e Índios, as grandes vítimas da “descoberta” européia do Novo Mundo, uniram-se para resistir e permanecer. Resistiram na luta contra o opressor – tanto no caso de negros, que se tornaram “índios”, aderindo aos costumes indígenas, quanto no caso de índios, que foram viver com os negros nos quilombos. Resistiram sobretudo na fé. E resistiram, também, na festa, nos “caboclinhos” e nos “quilombos’ do folclore nordestino e principalmente no carnaval, nos antigos cordões e nas antigas escolas de samba, onde a figura do negro fantasiado de índio evoca, sem dúvida, velha ligação entre os continentes africano americano.

Departamento Cultural da Unidos de Vila Isabel

 

SAMBA ENREDO                                                1992
Enredo     A Vila vê o ovo e põe às claras
Compositores     Sidney Sá, Miro Jr., Carlinhos da Vila, Claudinho do Orvalho e Arturzinho Só
Vila Isabel, neste mar de amor (de amor)
Veleja nas ondas
Que o passado nos soprou
Quando as três embarcações
Nas Américas surgiram

Outras civilizações
A estas terras
Já tinham chegado

Negros africanos
Do Império da mandinga
Já navegavam os sete mares
Há provas no solo mexicano
Cabeças de negros
Moldadas em pedras antes de Colombo
Movidos pela ambição
Os europeus chegaram ao continente novo

Que ainda é
A galinha
Dos ovos de ouro

A flora devastaram
Poluíram rios e mares
Agredindo a ecologia
E a paz que bailava nos ares
Índios foram dizimados
Mas aos negros revoltados
Outros se irmanaram
Assim resistiram
E o Brasil nasceu cafuzo
De Oxalá e Tupã
Na mata tem mironga, eu quero ver

As ervas que
Servem pro bem e o mal
Do maracatu
Ao nosso carnaval

Erês, curumins
Quilombolas
A Vila vê o ovo e põe às claras
Verdade não contada na escola