FICHA TÉCNICA 1991

 

Carnavalesco     Max Lopes e Mauro Quintaes
Diretor de Carnaval     Jorginho Harmonia
Diretor de Harmonia     Dirceu
Diretor de Evolução     Dirceu
Diretor de Bateria     Ricardo S. Araujo
Puxador de Samba Enredo     Quinzinho
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Robson e Ana Paula
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Chopinho e Vilma
Resp. Comissão de Frente     Lima
Resp. Ala das Baianas     Nilza Queiroz, Elza, Olga e Deolina
Resp. Ala das Crianças     Jorginho Albano, Neisinho e Regina

 

SINOPSE 1991

“Bravíssimo” – Dercy Gonçalves, o retrato de um povo

            Inicio do século. Auge da Bela Época, quando nos grandes centros as elites ostentavam a elegância e o luxo vindos de Paris. E no dia 23 de junho de 1907, na pequena Santa Maria Madalena, interior do Rio de Janeiro, nascia Dolores Gonçalves Costa. Filha de Manoel Gonçalves Costa, alfaiate, e Margarida Gonçalves Costa, lavadeira. Uma menina que gostava de cantar (chegou a fazer parte do coro da igreja de Madalena), de se divertir, uma mulher que sonhava com um mundo diferente daquele em que vivia. E que não foi compreendida, sendo discriminada pelas outras na tacanha cidade.
            Até que um dia, apareceu por lá uma companhia de teatro. E daí em diante, a vida de Dolores mudou. Ela fugiu de Madalena. E foi ser atriz. Antes, trabalhou mais como cantora, até que ficou tuberculosa e perdeu a voz. Mas, já estava na Casa de Caboclo. E foi lá que se tornou comediante, numa cena com Jararaca e Ratinho.
            A Unidos do Viradouro vai mostrar a trajetória desta mulher, vindo de Madalena para se transformar na verdadeira Rainha da Commedia Dell’Arte do País. Posição que foi conquistada com muitos sacrifícios e lutas. Como a sua ida para o teatro de revista, através de Jardel Jércolis, que a conheceu cantando num cabaré da Lapa, o Novo México. Depois passou a ser a grande estrela da companhia de Walter Pinto, onde grandes sucessos a esperavam: Nega Maluca, Barca da Cantareira, Cutuca por Baixo, Tem Gato na Tuba e outros.
            Depois, vem a fase dos cassinos – entre eles o Icaraí, o Atlântico, o Pampulha, o de Santos e muitos outros – que queriam ter como atração o grande nome do teatro de revista. E o cinema surgiu na vida de Dercy Gonçalves como um trabalho alternativo, onde deixou marcante trabalho em filmes como Entrei de Gaiato, Cala a Boca, Etelvina, Se meu Dólar Falasse, contracenando com atores como Oscarito, Zé Trindade, Anselmo Duarte, entre outros.
            Mas, em 1971, insatisfeita e inconformada com a situação do País, Dercy resolve ir para Portugal. Antes fizera enorme sucesso na televisão. Mas ela não agüentou ficar tanto tempo longe do Brasil e voltou. Para o seu teatro, para a televisão – onde também fez novelas. Gravou músicas, como A Perereca da Vizinha.
            E o enredo mostrará também o grande sonho de Dercy Gonçalves: um circo, um grande circo, o que já tentou até comprar na Europa. E assim é esta mulher, que tem uma filha, dois netos e uma bisneta. Do povo sempre ouviu os aplausos, o bravo, bravíssimo. E até Madalena, que praticamente a escorraçou, hoje tem seu busto em praça pública.

Max Lopes e Mauro Quintaes

 

SAMBA ENREDO                                                1991
Enredo     Bravíssimo – Dercy Gonçalves, O retrato de um povo
Compositores     Gelson, Rubinho, Odir Sereno e Aldir
Ah! Obrigado Dercy,
Mercy, Dercy !
Abriu-se as cortinas pro seu show
São cinco letras a sorrir
De Madalena pra Sapucaí
Um dia
Lá no trem da esperança
Vai o sonho de criança
Descendo a serra
Tão lindo e feliz
A luz então brilhou
O palco se acendeu
O show vai começar
Na Casa de Caboclo
A menina deslumbrou (ôô, ôô)
E no seu primeiro ato
O sucesso abriu os braços pra você

Brilhante no teatro de revista
Em cena o talento de Dercy
Da comédia à piada
Com humor e gargalhada
Eu vou me acabar (quá, quá, quá,quá, quá)
No cassino e no cinema
No sangue o dom de criar
E viajou
Lá foi Dolores
Que dor no coração
Mas quem pensou que a luz se apagou
Se enganou, ela voltou
Ela voltou com mais garra e inspiração
Cada vez mais sapeca, quem diria
Soltando a perereca da vizinha
Vou entrar no circo e com você sonhar
No fim da peça pra você gritar
Um bravo.....

Bravo, bravíssimo !
Mil aplausos pra você Dercy
Ao retrato de um povo
A homenagem da Viradouro