FICHA TÉCNICA 2010

 

Carnavalesco     Junior Schall e Edson Pereira
Diretor de Carnaval     Marco Lira
Diretor de Harmonia     Junior Schall, Saulo Tinoco e Wanderley Borges
Diretor de Evolução     Junior Schall, Saulo Tinoco e Wanderley Borges
Diretor de Bateria     Jorge de Oliveira (Mestre Jorjão)
Puxador de Samba Enredo     Wander Pires
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Robson dos Santos (Robson Sensação) e Ana Paula da Silva Gomes
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Wanderson Sodré da Conceição e Carla Cristina Rocha dos Santos
Resp. Comissão de Frente     Sérgio Lobato
Resp. Ala das Baianas     Waldicléia Lima de Souza (Cléia)
Resp. Ala das Crianças     Renan Soares
Resp. Galeria de Velha Guarda     Oswaldo Areias

 

SINOPSE 2010

México, o paraíso das cores, sob o signo do Sol

Sinopse:

Feche os olhos. Se permita aflorar os sentidos.
Se faça pleno de emoção, para viajar e experimentar.
Sinta o calor do sol que nos abraça e nos convoca a sorrir e a comemorar
O sinal vital do tempo de festejar.
Da honra de coroar, com toda paixão, nossa união com a vida,
Traduzida em forma de carnaval.
É a hora de homenagear uma nação guerreira,
Irmã de alma, quente e tenaz, Latina.
Pela mágica retina da folia, celebrar 'A criação'.
Nascida nos esboços em carvão de um artista,
Na paleta das cores geniais de Rivera e Frida,
Criar, valorizar, misturar as raças.
Reclamar a ideologia mestiça!
Inspirar uma arte a serviço do povo!
Arte que vibra. Transborda de alegria.
Pintar nos murais, as cores intensas, vivas de liberdade
Para invadir as fachadas, ganhar as ruas
Em desenhos radiantes, explodir em criatividade espontânea;
E contar as narrativas do dia-a-dia...
Nas antigas lições do passado, agregar o valor das memórias,
De fábulas de lutas e glórias.
Fazer florescer, em meio às sombras,
Cidades dos sonhos.
“Lugar onde se fazem os Deuses”...
Relembrar o resplandecer dos templos sagrados de Deuses agrários,
Das pirâmides do sol e da lua,

Dos palácios bordados com pedras de jade e turquesa,
Perdidos no crepúsculo do findar de mitos e crenças,
Do legado ceifado pelas mãos do invasor.
O ouro e prata, maculados, tesouros cobiçados por piratas
Cruzam o Caribe rumo a além-mar.
E nas batalhas da ambição, regidas pela dor,

Sem honras nem glórias, o baú que encontram é o das almas
No fundo do mar.
A lâmina afiada da degradação é  a catequese do medo,
Irmanada com as novas doenças e a fome
Que se aflige porém, com os sinos que dobram e anunciam o brado da luta.
O “grito” que ecoa evoca uma independência pálida, sem cor,
Sem “terra e liberdade”.
Que clama por seus heróis nacionais, “Caudillos” generais do povo,
De lenços vermelhos, sangue guerreiro, dos camponeses, dos “Rancheros”
Líderes mestiços de “Sombrero”, Pancho Villa e Zapata,

Salve a revolução!
Salve a mistura de ingredientes que temperam esta terra,
De sol e tequila, de “señoritas” de olhos negros e cabelos sedosos,
De “Mariachis” e índios, de corações nobres e sentimentais

Com uma pitada de saudade, do sorriso de Cantinflas.
Vivo na alegria dos aromas e sabores, dos “Tacos, Tortillas e Chiles”.
No clima dos costumes, dos dias de festas,
Em que a música e a dança, enchem de vida belos vestidos de renda
Que rodopiam um bailado multicor de tradição nativa.
Fantasiada de esqueleto, bem-humorado, que celebra o dia de finados.
Um paraíso natural que não rima com tristeza.
Pátria maior, orgulhosa da capital, a Cidade Monstro,
Da Babilônia da Fronteira, do “Pote de Ouro”,
Da “Capital da Prata”, da “Cidade dos Anjos”,

De cenários mágicos de se perder o fôlego,
De lembranças doces, com o gosto da vitória,
Sob o aceno dos “sombreros” a conquista verde e amarela.
Numa terra gloriosa, dona de uma história esculpida em pedra,
Contada na arte das paredes que falam,
Real, pelo suor de filhos fortes que teimam em renascer
Para rogar à Virgem padroeira, sua benção.
A Viradouro então abre o coração,
Com seus sentidos aflorados, se une ao México pleno de amor e coragem,
Para seguir o caminho da felicidade,
Coberto por rosas, sem espinhos,
Iluminado pelo eterno Signo do Sol e pela fé em Guadalupe.
É Carnaval, é Alegria, é México!

Autores da sinopse: Edson Pereira e Junior Schall

Glossário:

  • 'A Criação': primeiro mural de Diego Rivera, a renascença da pintura mural mexicana. Com motivos religiosos e europeus, a cena reproduz, de forma simplificada, a mistura de raças.

  • Rivera: Diego Rivera, artista genial, político militante, excêntrico, teve papel fundamental em uma época muito importante do México.

  • Frida: Frida Kahlo, artista excepcional, intelectual, sempre engajada na política, dona de uma personalidade forte. Foi, além de esposa, a verdadeira companheira de Rivera.

  • 'Lugar onde se fazem os Deuses': referência à cidade de Teotihuacán, com 100 mil habitantes. Foi a maior concentração humana da Mesoamérica pré-colombiana.

  • 'O Grito': o padre Miguel Hidalgo deu início à luta pela independência tocando os sinos da cidade de Dolores, chamando os mexicanos para a batalha. O protesto era contra os grandes proprietários de terra que matavam de fome os camponeses.

  • 'Terra e Liberdade' : lema dos partidários de Emiliano Zapata, reivindicando mudanças profundas na situação da população rural e na divisão das terras do México.

  • Caudillos: líderes políticos militares. Ex.: Emiliano Zapata e Pancho Villa.

  • Rancheros: quem prepara o rancho, cuida dele ou reside no mesmo.

  • Sombrero: chapéu de abas muito largas, um dos símbolos do México.

  • Pancho Villa: Francisco Villa, líder rural mestiço.

  • Emiliano Zapata: líder mestiço do sul e herói nacional.

  • Señoritas: senhoritas, jovens

  • Mariachis: um dos símbolos do México, com sombreros grandes, trajes enfeitados com pedaços de couro, botões dourados ou prateados: têm predileção por boleros – canções românticas e sensuais.

  • Cantinflas: Mario Moreno (1913-1993) com o personagem Cantinflas, criou um herói nacional , o “Carlitos Mexicano”.

  • Tacos: comida mexicana

  • Tortillas: comida mexicana

  • Chile: pimenta / molho apimentado e tradicional da culinária mexicana

  • 'Cidade monstro': 'El monstruo' – a maior capital do mundo, Cidade do México.

  • Babilônia da Fronteira: Tijuana, Cidade–Fronteira. Templo de consumo e turismo

  • Pote de ouro: Cancún, em Maia significa “Pote de Ouro”. Pequena ilha, verdadeiro paraíso natural.

  • Capital da Prata: Taxco, Capital da Prata, desenvolveu-se em torno de uma mina de prata. É onde está localizada a Igreja de Santa Prisca, jóia da arte barroca espanhola.

  • Cidade dos Anjos: Puebla, a cidade dos azulejos, importante centro industrial e comercial, pérola colonial. Com palácios, igrejas, fachadas de casa e arquitetura em geral sempre conservadas, esta cidade devota ganhou o apelido de “Cidade dos Anjos”.

  • Virgem de Guadalupe: Nossa Senhora de Guadalupe, santa padroeira do México. Sua lenda teve início em 1531; data da celebração : 12 de dezembro

 
SAMBA ENREDO                                                2010
Enredo     México, o paraíso das cores, sob o signo do Sol
Compositores     Floriano do Caranguejo, Gustavo Marbella e Sacadura Cabral

Brilhou o quinto sol, o povo se manifesta
sopra um "vento mestiço", uma avenida em festa
traz o gênio que ilumina a canção
as cores que dão forma à "criação"
chegou o áureo tempo de reviver
a história, o alvorecer, de uma nação guerreira
os templos sagrados vão resplandecer
palácios bordados irão renascer
obras de uma " vida inteira"
um dia sangra o chão, desejo do invasor
sofri na traição do opressor

Chegam piratas, jóias se vão
olhos "vidrados" em busca do ouro
pro fundo do mar vai a ambição
ninguém vai levar o meu tesouro

Meu sangue eu entrego à terra, à liberdade
"O grito", vai raiar o sonho de felicidade!
A fé que desata os nós une a gente de novo
caudilhos guerreiros se abraçam ao povo
ouve-se a voz da revolução
são dias pra guardar no coração
eu vi a força da arte popular
e com meus versos "colori" o azul do mar
ao sabor do tempero, receitas pra dar e vender
vi a Cidade Maior se render à magia de uma paixão
a dor da saudade vou festejar, é tradição
hoje eu peço a sua benção, senhora do meu coração!

Arriba Viradouro!
Uma tequila pra comemorar
um lenço vermelho, sombrero na mão
o México em cores vou cantar!