FICHA TÉCNICA 2011

 

Carnavalesco     Jorge Castro
Diretor de Carnaval     Jorge Luis Silva Ferreira (Mestre Jorjão)
Diretor de Harmonia     Waldir Cabral Isabel
Diretor de Evolução     Waldir Cabral Isabel
Diretor de Bateria     Mestre Ronaldo da Silva Izidoro
Puxador de Samba Enredo     Beiço e Miguelzinho Bezerra
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Tamara Ferreira e Junior Almeida
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Gisele Andrade e Carlos da Silva
Resp. Comissão de Frente     Milton Filho
Resp. Ala das Baianas     Lúcia Helena Silva de Paula
Resp. Ala das Crianças     Maria das Graças Ribeiro de Alcântara
Resp. Galeria de Velha Guarda     Lúcia Maria Gonçalves

 

SINOPSE 2011

Vizinha Faladeira dá as cartas

Justificativa:

          A Agremiação Recreativista Escola de Samba Vizinha Faladeira apresenta, para o carnaval 2011, o enredo “Vizinha Faladeira Dá as Cartas”, objetivando ser uma fonte de colaboração na busca da informação, do conhecimento e do entretenimento, paralela às instituições organizadas da coletividade para exercerem a disseminação da cultura em todos os níveis da sociedade.
          O desenvolvimento do enredo atenta, de forma objetiva e fácil entendimento didático, à transmissão de informações, permitindo ao público, aprender ou relembrar os diversos conceitos atribuídos às cartas.
          
Os meios de comunicação são as formas que os seres humanos desenvolveram para transmitir suas mensagens. Em um meio, o mesmo código é utilizado tanto para o transmissor como para o receptor, possibilitando o entendimento destes sinais. Especificamente, no desfile da Vizinha Faladeira, os suportes que serão utilizados para elucidar o enredo são o visual e o escrito.
          Com a evolução das civilizações, os gestos não foram suficientes para o sistema de comunicação entre os homens. Com o passar do tempo, múltiplos segmentos desenvolveram o aparelho fonador, e, mais recentemente, o sistema de escrita, facilitando o acúmulo de conhecimentos e a passagem da história, de geração em geração.
          
A partir do complexo gestual oral, chegamos aos primeiros exemplares da escrita, os chamados símbolos pictográficos, úteis nas atividades contábeis. Da pictografia, escrita na pedra, originou-se o ideograma, escrita da idéia iconicamente, surgindo em seguida, o modo silábico de transmissão de informações simbolicamente. Assim desenvolveu-se, a fonética que atualmente utiliza o modo alfabético de escrita que possibilita a emissão de cartas postais e documentos históricos.
          Entretanto, o homem também possui a possibilidade de se comunicar por meio das imagens. O enredo apresentado pela Vizinha Faladeira pretende demonstrar esta linguagem, tendo como suporte as cartas do baralho lusófono e as cartas enigmáticas que transmitem mensagens desvendadas somente por estudiosos que se dedicam a este assunto.
          
Sendo assim, o desenvolvimento do enredo é a integração entre as diversas formas de comunicação que as cartas apresentam para que o público possa tomar conhecimento das variadas concepções concebidas a elas, suas ascendências, seus papéis como instrumentos educacionais e de mensagem. Além, de ajudarem a desenvolver o raciocínio humano e despertar o desejo pelo desconhecido. As cartas são de suma importância no cenário do desenvolvimento de fontes de informações para o povo brasileiro que tem no carnaval do Rio de Janeiro, a oportunidade do avanço cultural.

Sinopse:

          Com um toque de nostalgia, a Vizinha Faladeira percorre o mundo das cartas, objetos de comunicação escrita ou visual, que alimentam o desenvolvimento do raciocínio e das habilidades do homem despertando emoções e sensações de vitórias e derrotas por meio dos jogos de cartas, despertam desejos e sentimentos do presente, passado e futuro na arte da adivinhação das cartomantes, abrandam a distância geográfica e minimizam a saudade, ampliam o horizonte do conhecimento e fazem parte da história registrando os acontecimentos marcantes da nação brasileira.
          O grande Cassino da Vizinha, ambiente natural das cartas e jogos, local de diversão com apresentações teatrais e espetáculos de dança, deixou saudades. Bailarinos, croupier, roleta, fichas, cartelas de bingo, coringas e jogadores, as recebem: “Bem-vindas ao Cassino, aqui, a Vizinha Faladeira dá as cartas”.
          
Quando utilizada como instrumento visual de comunicação, a carta pode evidenciar o amor de um imperador chinês por sua concubina, difundir pelo mundo a casta e os deuses do povo indiano, e ainda eternizar os elementos sagrados da vida: água, fogo, terra e ar - por meio da linguagem simbólica dos árabes. A carta também preserva o conhecimento dos sacerdotes egípcios e transforma-se em lâmina de jogos e instrumento oracular.
          Pelas cartas espanholas, surgiu o atual baralho latino utilizado nas atividades recreativas onde a agilidade, a destreza e a capacidade de disputa do homem, o fazem ganhar ou perder num simples jogo de cartas.
          
Como manifestação de mensagens espirituais e fins divinatórios, as cartas transformam-se no baralho de Tarô, desvendando mistérios e segredos pelas mãos de Madame Lenormand. Temida e respeitada, a grande dama francesa, estudiosa das ciências ocultas, viveu entre os ciganos e teve acesso a um legítimo baralho de Tarô, utilizado por eles. Aprofundou seus conhecimentos e aprimorou o jogo de cartas. Hoje, conhecido como baralho Petit Lenormand ou baralho cigano. A senhora da magia que preparava porções extraídas das flores do seu jardim, sempre acompanhada do seu fiel gato preto, previu nas cartas a ascensão de Napoleão Bonaparte ao trono da França, suas conquistas pela Europa e sua queda.
          Seguindo viagem pelo tempo e pela história, a Vizinha Faladeira ancora nas cartas ciganas, alicerce das previsões e leitura da sorte pelo poder e a força da vidência e oferendas.
          
A carta como elemento postal, suporte da transmissão de informações específicas ou de interesse público da sociedade. Objeto de correspondência, inviolável, selada, transportada em malotes e distribuída pelos carteiros, heróis do asfalto que driblam os obstáculos para levar a mensagem, às mãos do destinatário. Mensagens que hoje, com o avanço tecnológico, podem ser transmitidas pelo correio eletrônico, mas que não substituem o papel e o envelope, materiais básicos da confecção de uma carta convencional, ainda preferida pelo prazer de escrever e trocar correspondências físicas.
          Os fatos que fizeram a história brasileira estão gravados nos instrumentos documentais e literários do país. A carta de Pero Vaz de Caminha dando conta a Portugal do descobrimento de novas terras, a carta de libertação dos escravos, Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel são registros da história guardados em nossas memórias e registrados nos pergaminhos para serem passadas de geração em geração.

Desenvolvimento:

Primeiro Setor, Abertura: “Bem-vindos ao Mundo da Emoção”

          As cartas e os Naipes são apresentados como objetos de comunicação visual que alimentam o desenvolvimento do raciocínio e das habilidades do homem, despertando emoções e sensações de vitórias e derrotas por meio dos jogos de cartas: é a disputa.
          
A Vizinha Faladeira é anunciada ao público por meio dos croupiers. Eles exercem o papel de guardiões da corte real, apresentando as cartas do naipe de copas e suas diversas sequências nos diferentes jogos do baralho lusófono, defendendo e protegendo a rainha de copas, protagonista da canastra, simbolizando o poder e a determinação.
          A rainha de copas também representa a beleza da arte das estratégias. O elemento cenográfico é formado por um dado que ao ser aberto, exibe a rainha de copas em seu trono e a caixa do baralho real onde são guardadas as cartas.
          
Os Naipes de copas, ouros, paus e espadas são apresentados ao público por meio do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira.
          A primeira ala, “Damas dos Naipes”, representa a feminilidade presente nos cassinos. Ela apresenta ao público o “Cassino da Vizinha”, complexo de diversão e lazer onde o homem coloca em prática suas habilidades e experimenta as sensações de conquistas e ruínas. É o seu poder absoluto de decisão sobre o ato de jogar que é representado por dois jogadores que simulam o carteado. Os dois jogadores se apresentam no centro do carro com a fantasia “Os valetes da Noite”. Por meio de uma atmosfera sedutora com bailarinas, jogos de cartas, cartelas de bingo, bolas numeradas, fichas, roleta e jogo de dados, o cassino apresenta as 52 cartas e os quatro naipes do baralho.
          
Também é apresentado “o curinga”, destaque central da alegoria. No jogo de cartas, ele é o que possui a maior liberdade de representação, pode ser colocado em substituição a quaisquer outras cartas, dependendo da combinação que o jogador tiver em mãos. A alegoria apresenta o 1º destaque da escola, atrás da sereia, símbolo oficial da escola, representando as moedas de ouro que simbolizam o veículo de pagamento dos jogadores de um cassino: “O Prêmio”. Os grandes espetáculos musicais que acompanham o dia a dia de um cassino estão representados pelas composições das 8 (oito) bailarinas com a fantasia “A Arte do Bailado”.
          Na frente das composições, do lado direito, está representado o símbolo da espada, e do lado esquerdo, o símbolo de paus, ambos espanhóis que deram origem às cartas lusófonas. A parte da frente dos carros é constituída de dois vasos que representam o símbolo de copas e na frente do palco do grande cassino, dois sóis que representam o símbolo de ouros. As quatro representações são figuras do baralho espanhol.

Segundo Setor: “A Origem das Cartas”

          Na história da humanidade, não há um consenso entre os estudiosos sobre a verdadeira origem das cartas. Entretanto, quatro países se destacam como difusores deste instrumento de comunicação visual: Egito, Índia, China e Arábia.
          
Com o início das grandes navegações, no final do século XV, em busca de novas terras, os espanhóis foram os difusores das cartas na América. A evolução do baralho espanhol resultou no atual baralho latino chamado de baralho lusófono.

Terceiro Setor: “Cartas Místicas”

          As cartas são apresentadas como manifestação de mensagens espirituais e fins divinatórios, elas transformam-se no baralho de Tarô, são os mistérios e segredos da vida desvendados pelos baralhos Petit Lenormand e Marselha, instrumentos de comunicação visual utilizados pelo homem.
          Marie-Anne Adélaïde Lenormand, ou simplesmente, Mlle. Lenormand, como é mais conhecida, nasceu na cidade francesa de Alençon e permaneceu até sua morte na cidade de Paris. Estudiosa das ciências ocultas, ela viveu entre os ciganos e teve acesso a um legítimo baralho de Tarô utilizado por eles. Lenormand decidiu aprofundar seus conhecimentos e aprimorar o jogo de cartas, hoje conhecido como Petit Lenormand ou Baralho Cigano. Sua vida e obra estão envoltas numa aura de mistério e lendas, trata-se de uma pessoa altamente evoluída, versada em Astrologia, Mitologia, Cabala, Tarô, Numerologia, Alquimia, Geomancia, e também no estudo das flores como instrumento de mensagem oracular. Com sua morte, é chegado o fim da era mística de Lenormand, secam-se as flores e folhas da senhora que estudava as plantas e seus efeitos espirituais e físicos para porções mágicas.
          
Famosa pelas previsões que fez às figuras ilustres da época como, Napoleão Bonaparte, entre outras, Lenormand previu sua ascensão ao trono francês, suas conquistas na Europa e também, sua queda, ocasionada pelo orgulho desmedido e sua arrogância desenfreada.
          Com origem no século XVI, na França, O baralho de Tarô de Marselha, formado por Arcanos maiores e Arcanos menores, é um dos mais conhecidos e difundidos baralhos no mundo. O Tarô de Marselha é uma linguagem simbólica que é desenvolvida por oposição, contraste ou analogia pela disposição das figuras feminina e masculina das cartas.
          
A denominação Arcana significa os mistérios e segredos que serão desvendados pela leitura das cartas. Suas imagens são ao mesmo tempo simples, porém de extrema profundidade de interpretação. Segundo seus estudiosos, estas cartas revelam os segredos mais escondidos do ser humano.
          A carta do Sol é a síntese da difusão do amor universal, um prenúncio de harmonia plena no futuro.
          
A carta da Lua é a representação do reconhecimento da vitória. Durante a noite, a lua recarrega a energia humana para reflexão das suas atitudes.
          Já a carta do Louco do Tarô representa um andarilho leve e solto, contra a estagnação. Ele representa a despreocupação, a espontaneidade, a alienação e os processos de transformação. O Louco do Tarô está sempre agitado e inquieto.
          
A Carta do Homem e da Mulher do Baralho de Marselha simbolizam o amor e a cumplicidade eterna entre os sexos que se unem para constituírem uma família.

Quarto Setor: “Páginas da Memória”

          É a apresentação da carta como instrumento de comunicação escrita documental e literária da história do Brasil. Revivendo a história, associada à grande distância física entre o país colonizador e a colônia, Brasil e Portugal, a comunicação entre estes pólos enfrentou diversos infortúnios climáticos causados pelo mar. Entretanto, as mensagens sempre foram protegidas pelas lendárias sereias do Oceano Atlântico. O grande oceano que separa o Brasil de Portugal é habitado pelas sereias, símbolo mitológico nórdico, metade mulher e metade peixe, cujas aparições podem significar um presságio de naufrágio, tempestade ou um sinal de boa sorte na condução das caravelas e naus até os seus destinos.
          Em 1º de maio de 1500, uma dessas mensagens partiu do Brasil com destino a Portugal, transportada pela nau de mantimentos de Gaspar de Lemos.  Era a 1ª carta oficial do Brasil, escrita por Pero Vaz de Caminha, dando conta do descobrimento de novas terras ao rei D. Manuel.
          
Ao longo da história, muitas cartas foram e são documentos fundamentais para a comprobação do Brasil como um país democrático e humano. O conhecimento é passado de gerações em gerações por meio das cartas, documentais que entram para sempre na memória dos brasileiros.
          Outro grande marco da nossa história está presente no enredo: a carta de abolição da escravatura no Brasil, a Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888 pela Princesa Isabel.
          
Para a disseminação de todas as cartas pelo mundo, a Vizinha Faladeira elegeu o pombo-correio, uma espécie domesticada da família dos pombos que era utilizada para levar comunicações e mensagens de uma pessoa para outra, reduzindo a falta de comunicação à longa distância, responsável pelo envio de mensagens importantes da história da humanidade desde a 5ª dinastia egípcia, há 4000 anos antes da nossa era, até os dias atuais.

Quinto e Último Setor: “Elementos Postais”

          As cartas são apresentadas como instrumentos de comunicação escrita que reduzem a distância e transmitem os mais diversos assuntos e sentimentos. Neste setor são apresentados os materiais básicos que compõem as correspondências: o papel, o envelope, o instrumento que se usa para escrever e o selo, mais propriamente, as três edições do primeiro selo do Brasil, o Olho de Boi.
          Também são homenageados, os principais responsáveis pela distribuição das cartas na sociedade: os carteiros, profissionais que enfrentam as dificuldades diárias com os cães para cumprirem o seu papel.
          
Na era da modernidade surge o e-mail e com ele, a possibilidade de se comunicar por meio de mensagens virtuais. Atualmente, eles são a forma de correio mais difundida no mundo, utilizando o ciberespaço, ambiente de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores, mas tem que se ter cuidado com os vírus espalhados no ambiente virtual.
          O desfile das escolas de samba é a representação das informações estéticas da comunicação visual.  Os pensamentos, idéias e conceitos são transformados em signos de analogia, associação e simbolismo que são transmitidos ao público.
          
Seguindo este critério, a Agremiação Recreativista e Escola de Samba Vizinha Faladeira encerra seu desfile protagonizando na avenida o envio de uma mensagem por e-mail para todos os foliões do mundo por meio do propagador mundial mais utilizado na atualidade no espaço virtual: o computador.

Jorge Castro

Bibliografia:

  • BRETON, Philippe et Proulx, Serge. L’explosion de la communication à l’aube du XXI siècle. Paris: La Découverte, 2002.

  • CANCLINI, Nestor Garcia. Latinoamericanos buscando em este siglo. Barcelona: Paiddós, 2002.

  • CASANOVA, Giacomo; MACHEN, Arthur. The complete memoires of Jacques Casanova de Seingalt. Página visitada em 22 de junho  de 2010.

  • DUMMETT, Michael A E, MANN, Sylvia. The game of tarot: From Ferrara to Salt Lake City. Londres: Duckworth, 1980. pp.600.

  • FERRARI, Pollyana. Jornalismo digital. São Paulo: Contexto, 2ª ed., 2004.

  • FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 3 ª ed., 1999.

  • HUSON, Paul. Mystical origins of the Tarot.  Inner Traditions / Bear & Co., 2004. pp.352.

  • JOGOS DE CARTAS. Disponível em: http://www.jogosdecartas.com.br/defaultbasp?area=2&pg=2 . Acesso em: 06/06/2010.

Roteiro de Desfile:

Nome da Fantasia Nome da ala Descrição Responsável pela ala
1° Setor: “Bem-vindos ao Mundo da Emoção”
1 As Damas dos Naipes

Comunidade

As Damas dos Naipes concebem a grande arte do bailado nos espetáculos dos cassinos, ambiente natural das cartas de jogos, são as aventureiras que jogam com a sorte nos carteados. Elas representam o mundo dos sonhos, da fantasia, dos dons artísticos e inserem o mundo do raciocínio e das habilidades dos jogos. Elas apresentam os quatro Naipes do baralho lusófono (copas, paus, ouros e espadas) e apresentam o 1º carro-alegórico.

Verônica
2° Setor: “A Origem das Cartas”
2

Tarô do Egito

Comunidade

Ao longo do tempo, os sacerdotes egípcios preservavam seus conhecimentos por meio de simbologia em lâminas, para que não fossem descobertos. A partir do século XVII, os soldados e a população começaram a usá-las em diversos jogos, e, rapidamente, chegaram à Europa. A fantasia simboliza o egípcio e a carta que sintetiza os mistérios do Tarô.

Arnaldo
3

Cartas Indianas

Comunidade

Os indianos difundiram as cartas pela Pérsia e o Egito no século XIV. O indiano representa a carta da casta do seu povo, Mahadeva, o supremo dos deuses, um dos três principais deuses do panteão hindu. É o deus da renovação também conhecido por Siva, Shiva ou Shiv. 

 
4

Presente do Imperador

Comunidade

No século X, na China, o imperador Sehum-Ho criou as cartas para presentear uma de suas concubinas. Elas podiam ser usadas como parte de outros jogos, substituindo os dados, ou para jogar dominó, combinando os lados iguais. A fantasia apresenta os quatro Naipes chineses que foram originados do presente de amor do imperador.

Orlando Professor
5

Sou das Arábias

Comunidade

Os árabes também espalharam as cartas pela Europa no século XVI. As bandeiras representam os quatro naipes oficiais da época: copas - tem como símbolo o cálice representado por uma taça bizantina, relacionado com o elemento água que denomina os sentimentos e as emoções; ouros - tem como símbolo uma moeda cujo nome é “Dirahm" (antiga moeda árabe), relacionado com o elemento terra que denomina a percepção e a matéria; espadas - tem como símbolo uma espada curva, em forma de ‘s’ negro, utilizada pelos árabes, turcos, persas e guerreiros mulçumanos, relacionado com o elemento ar que denomina a função do pensamento; paus - tem como símbolo um taco de jogo de pólo, relacionado com o elemento fogo que denomina a intuição e o espírito. A fantasia é a representação do povo e dos quatro Naipes de origem árabe.

Joana
6

Difusão Espanhola

Comunidade

A ala é formada pela espanhola tradicional abrindo o leque das cartas espanholas e o toureiro espanhol, personagens típicos da Espanha. A fantasia é uma homenagem ao povo ibérico, responsável pela difusão das cartas na América na época das grandes navegações.

Arlete Batista
3° Setor: “Cartas Místicas”
7 Oferendas às Ciganas

Baianas

A Cartomancia é um costume muito conhecido e difundido pelos ciganos. De acordo com a tradição, o baralho cigano só poderá ser lido por mulheres pois trazem no seu interior, a energia do luar e o oculto, representando a luz da vidência transportada para os sentimentos, pressentimentos e interpretações. Madame Lenormand foi uma conhecedora profunda do baralho cigano. As baianas representam as mulheres de origem cigana com seu traje de festa colorido, representando as cores da vida e carregando as oferendas a Santa Sarah, protetora do povo cigano, dos desesperados, ofendidos e desamparados.

Lucia Helena
8 Os jardins de Lenormand

Comunidade

A ala representa as flores e folhas que a grande vidente do seu tempo, Madame Lenormand, utilizada para preparar porções mágicas que eram distribuídas e vendidas à sua clientela.

Dominguinhos
9 Folhas Secas

Comunidade

A ala representa as flores e folhas secas do jardim de Madame Lenormand, a senhora que estudava as plantas e seus efeitos espirituais e físicos para porções mágicas. A ala faz analogia ao fim da era mística de Lenormand decretada com a sua morte.

Duing
10 O Sol de Marselha

Passistas

Ao longo do tempo, muitos baralhos místicos surgiram, sendo o Baralho de Marselha um dos mais conhecidos, difundidos e respeitados do mundo. Os passistas vem representando a carta XVIIII do Arcano maior – O Sol do baralho de Marselha – que simboliza o sucesso, a clareza na comunicação, a lealdade, a felicidade e o otimismo. O dia seguinte chegará trazendo as energias do sol. Os raios do sol iluminam a alma e energizam a mente.

Renata
11

Louco do Tarô de Marselha

Bateria

Os ritmistas são a caricatura da carta do Louco no baralho de Marselha, o vigésimo segundo Arcano maior ou a carta zero, não possui numeração. A fantasia é uma analogia ao antigo bobo da corte que simboliza o desligamento da matéria e está sempre pronto para o que a vida pode lhe oferecer, na verdade, ele é o grande aprendiz da vida. No desenvolvimento do enredo, a bateria que é o coração da escola, busca a inspiração na vida, que pode levar a conquista de algo muito desejado.  O desejo por um grande momento de transição cujo ponto de partida é um clamor interior. É chegada a hora da independência e da liberdade, depois de muitas turbulências.

Mestre Ronaldo
12

O Homem e a Mulher do Baralho de Marselha

Velha-Guarda

As fantasias representam, respectivamente, o Homem e a Mulher das cartas dos arcanos menores do baralho de Marselha. As fantasias são a figura masculina e feminina sintetizando o pai, filho, marido, chefe, companheiro, amigo, e a mãe, guerreira, esposa, Filha, chefe e companheira. As almas gêmeas se encontram, e juntas, se perpetuam em um só corpo e uma só alma para o amor pleno. Unidas, realizam seus sonhos e desejos mais secretos.

Tia Lucinha
 4° Setor: “Páginas da Memória”
13

Sereias do Oceano Atlântico

Crianças (feminino)

As fantasias da ala-mirim feminina representam as sereias do oceano Atlântico que separa o Brasil de Portugal.

Maria das Graças
13 A Carta de Pero Vaz de Caminha

Crianças (masculino)

A ala-mirim masculina traz a carta que Pero Vaz de Caminha escreveu por determinação de Pedro Alvarez Cabral e a pena de escrever da época do descobrimento do Brasil, A ala faz referência ao personagem da história brasileira, Pero Vaz de Caminha, escrivão oficial da frota de Cabral, responsável pelo primeiro documento literário oficial do Brasil.

Maria das Graças
14 Cartas Históricas

Comunidade

Os documentos comprobatórios da nossa história, cujo conhecimento é passado de gerações em gerações ao longo dos anos, são fundamentais para a solidificação do Brasil como um país democrático e humano. A fantasia é a consolidação destes instrumentos documentais que entraram para sempre na memória dos brasileiros.

Waldir
15 Liberdade

Comunidade

Com a assinatura da Lei Áurea, lei da abolição da escravatura no Brasil, assinada em 13 de maio de 1888 pela Princesa Isabel, os escravos da época do império brasileiro, festejam a quebra das correntes. A ala é a síntese do desejo e da emoção da liberdade representada pelos escravos descalços e roupas básicas e simples, indumentárias utilizadas na época da escravatura.

Milton Filho
5° Setor: “Elementos Postais”
16 Os Inseparáveis

Comunidade

Apresentação da carta como suporte da comunicação escrita que diminui a distância geográfica, reduz a saudade e transmite os mais diversos assuntos. Para que ela exista, na concepção de correspondência postal, o papel e o envelope são materiais básicos e essenciais da sua configuração.  A fantasia é formada pelo papel, envelope e o lápis, instrumentos de construção da correspondência.

Luiz Fernando
17 Primeiro Selo Brasileiro

Comunidade

Em 1843, o imperador D. Pedro II oficializou o primeiro selo do Brasil: o Olho de Boi. Ele apresentava três valores para venda, 30,60 e 90 réis. O Brasil foi o primeiro país da América, e o terceiro do mundo, a adotar o selo postal. Todos os envelopes de correspondências foram oficialmente obrigados a utilizá-lo. A fantasia é a representação do envelope e das três modalidades do “Olho de Boi”.

Rodolfo Caruso
18 Se Latir, Pode Entrar

Comunidade

Homenagem aos carteiros, mensageiros de notícias e informações, que passam por situações difíceis na execução diária do trabalho. Em muitos casos, são surpreendidos por cães prontos para atacar. A fantasia é a representação dos carteiros oficiais dos Correios do Brasil e o do seu fiel inimigo de rotina do imaginário social: o cão. A ala é formada por cadeirantes (carteiros) e seus acompanhantes (cães).

Michele
19 Carta Virtual

Comunidade

Na era da modernidade surge o computador. Por meio dos correios eletrônicos, a velocidade da comunicação entre as pessoas diminui. Na atualidade, as cartas virtuais são a forma de correio mais difundida no mundo. Mas tem que se ter cuidado com os vírus espalhados pela internet. A fantasia é a representação das mensagens virtuais, eletrônicas e as possibilidades de interferências na comunicação ocasionadas pelos famosos vírus que invadem nossos computadores.

Pakato do Cavaco

 

SAMBA ENREDO                                                2011
Enredo     Vizinha Faladeira dá as cartas
Compositores     Orlando Professor, Luiz Fernando, Miguelzinho Beserra, Pakato do Cavaco e Rodolfo Caruso
No Grande Cassino
Roleta, curingas, cartelas
Recebem, no Luxo do Salão
Objetos de comunicação
Que desvendam mistérios, revelam segredos
Amores, conhecimento
A vida, em sagrados elementos
No jogo, o desatino... A realidade
Ganhar ou perder:
É sorte ou habilidade?

O futuro do homem... Destino
Imperador... A madame e o felino
Tarô, previsões... Tem magia
No despertar de um novo dia

Desde Pero Vaz, o Brasil “caminha”
Nas linhas que retratam a História
Páginas guardadas na memória
Oh! Sublime Pergaminho
Registro da sonhada Abolição
As cartas pedem passagem
Nas mãos do “herói” segue a mensagem
A era virtual não “selará”
O prazer de um costume milenar

Bem-vindo ao mundo da emoção
Assim anunciou o croupier
Quem dá as cartas é a Pioneira
Canta, Vizinha Faladeira!