|  | 
                    Um 
        espectro ronda Oswaldo Cruz há três décadas. É o espectro da tirania, 
        do
        medo, da perseguição e da exploração. A Portela, a verdadeira Portela, 
        já não
        existe mais. Se perdeu nas bifurcações das estradas da história, desorientada
        pelas forças do poder e da vaidade.A farsa patética que aí está, expõe ao ridículo a memória da verdadeira 
        Portela.
        Usa as cores e os símbolos da Portela original, rouba até seu nome e sua 
        origem,
        mas na realidade apenas procura ocultar uma realidade inegável: a verdadeira
        Portela desapareceu quando foi roubada de Oswaldo Cruz.
 No fundo de nossos olhos, retinas ofuscadas pelo medo ainda insistem em 
        enxergar
        na farsa as glórias da poderosa Portela, mas diante do brilho luminoso 
        da verdade,
        se construirá finalmente a imagem, já abstraída, da verdadeira Portela, 
        que
        de nossas saudosas lembranças saltará para o objetivo de nossos ideais.
 Abafado pela mordaça da tirania, nossos gritos de protesto, mesmo que 
        simples
        sussurros, jamais se calaram. O sangue que jorrou daqueles que lutaram 
        são a
        continuação do traçado original de nossa história, e é seguindo seu lastro 
        que
        reencontraremos, em algum lugar do caminho perdido, a verdadeira Portela.
 É da união dos verdadeiros portelenses que nascerá a esperança.  
        É preciso um
        movimento concreto. Um movimento organizado que procure resgatar o que 
        foi roubado
        de Oswaldo Cruz. É na passividade do verdadeiro portelense que o mal se 
        perpetua.De nada adianta a simples contemplação de glórias passadas.  É preciso 
        que cada
        um contribua para que um dia contemplemos também glórias futuras.
 Nada na vida é eterno, a não ser a eterna certeza de que tudo terá um 
        fim. No
        círculo interminável da vida, seres humanos nascem e morrem. No círculo 
        interminável
        da história, poderosos impérios e civilizações sucumbiram quando pareciam 
        mais
        fortes. A farsa portelense se destruíra quando a vergonhosa "mentira 
        de bronze"
        for arrancada, sob aplausos, de seu pedestal pedante.
 Tudo que é sólido desmanchará no ar. Tudo que hoje é "sagrado" 
        será "profanado".
        A verdadeira Águia branca alçará novamente seu vôo rumo ao infinito. Quando
        todos menos esperarem, a poderosa Portela renascerá. Latente, ressurgirá 
        quando
        nosso sussurro se tornar uníssono, transformando-se num potente grito que 
        abalará
        as pilastras da opressão. As sólidas estruturas da exploração desmoronarão,
        e com as pedras de seus escombros asfaltaremos nosso enlameado caminho 
        perdido.
 As glórias futuras da verdadeira Portela virão. Isso é tão certo quanto 
        o sol
        matutino sempre se imporá ao céu sucedendo a escura noite de lua minguante.
        A verdadeira Portela brotará de nossas esperanças, tão bonita quanto o 
        colorido
        do arco-íris que enfeita o horizonte após a tempestade devastadora. Em 
        nossos
        rostos, o tênue sorriso da mãe que abraça carinhosamente a criança chorosa 
        após
        as dores e sofrimentos do parto.
 Nós não temos nada a perder, apenas as jaulas que nos aprisionam. Temos 
        um mundo
        a ganhar.
 Portelenses, uni-vos!
 |